«Desde tempos muito remotos a produção principal desta freguesia e deste concelho era o vinho, como está dizendo o seu nome»
A nossa viagem de regresso nunca é feita em linha reta, isto porque não vamos diretos para casa. Aproveitamos sempre para visitar um lugar novo, que tanto pode ser por terras portuguesas, como por terras espanholas. Isso dependerá do itinerário que o meu pai idealizou. E que mantém em segredo até ao dia em que nos despedimos das férias. Este ano, tivemos a oportunidade de explorar dois locais que, até então, só conhecíamos de nome. Um em Portugal. E outro em Espanha. A nossa primeira paragem? Vinhais!
«Um dia é preciso parar de sonhar e, de algum modo, partir», Amyr Klink
No passado dia 8 de agosto, eu e os meus pais carregamos as malas no carro e rumamos ao nosso destino de férias, que tem sido o mesmo nos últimos cinco anos, para desfrutar da tranquilidade daquele refúgio que nos enche as medidas. Seguindo o caminho de sempre, e aproveitando nove maravilhosos dias de descanso, regressamos a lugares que nos são familiares, e dos quais já falei na rubrica À boleia do mundo, mas que não nos deixam de surpreender.
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Sair. Beber um copo com as minhas pessoas do bem. E, sobretudo, dançar até de manhã! As saudades que tenho delas são imensas. Assim como é imensa a vontade que tenho de libertar o corpo ao som dos mais variados estilos musicais. Quero desligar-me do mundo. E ligar-me ao ritmo contagiante e à pista que parece chamar por nós. No fundo, quero pôr um pouquinho de lado os dias longos e dar lugar a uma noite bem passada, que termine aos primeiros raios de sol.
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Julguei tantas vezes o teu silêncio. Aos meus olhos, era a demonstração clara da pouca importância que tinha para ti. Mas... E o meu silêncio? Que desculpa tinha eu? Nesta ordem de ideias, não terias também tu o direito de me achar distante e desinteressada? Acredito, em pleno, na lei da reciprocidade. Não podes ser só tu. Nem posso ser só eu. Temos que nos encontrar a meio de um caminho que funcione para ambos, onde não corramos o risco de nos perdermos em interpretações erradas que só nos afastam.
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Os candeeiros turcos, em mosaico, que se encontram nas feiras medievais! São encantadores e de uma beleza fascinante. Se pudesse, trazia um exemplar de cada para casa, até porque juntando vários conseguimos criar um ambiente bastante acolhedor e agradável. Não importa a quantidade de vezes que já os vi expostos em inúmeras bancas, perfeitamente alinhados por tamanho e com as suas cores maravilhosas, pois irei sempre perder-me a contemplá-los. Parecem pedaços de magia. E um sonho que nos transporta para outra realidade.
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Eu, menina das palavras, das histórias sem fim, do encanto que é perder-me no abraço que uma boa frase/um bom texto consegue dar, começo a acreditar que as palavras estão em crise. Não, as palavras não. As pessoas. Que as banalizam pelo pouco que lhes parece tudo. E que as levam a retirar o toque especial que a palavra preserva. E os gestos ganham destaque. Têm cada vez mais valor. Não os estraguem também!
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Estou perdida na tua mentira, meu bem. Nessa luz negra que emanas e inundas no meu ser frágil e tão cheio de amor por ti. Estou perdida nessa mentira que me sussurras ser afeto. E o pior? Iludo-me constantemente. E pareço gostar da sensação de me perder no teu corpo. Nas tuas palavras condescendentes. E na tua alma vazia. Porque continuo a procurar a tua presença, mesmo sabendo que ficaria muito melhor sem ela.
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Estou de volta a casa. As férias no meu refúgio chegaram ao fim. Sinto que passaram a voar, mas souberam-me pela vida!
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O modo férias foi ativado. As gavetas da minha casa encantada vão entrar em pausa, para reposição de energias. Tal como o ano passado, faz-me mais sentido não deixar publicações agendadas durante a minha ausência, porque não terei forma de retribuir todo o vosso carinho. Vou só ali aproveitar uns dias de descanso, mas depois volto. E espero trazer a bagagem a abarrotar de aventuras e inspirações. E encontrar-vos desse lado. Até já!
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«Uma parte de mim já se foi, sou outro neste instante e outro serei ainda se continuo a existir»
Caminho sobre linhas curvilíneas de saudade. Quando olho o tempo, questiono-me onde andou toda esta determinação que hoje sinto dentro de mim. Há dias em que não me reconheço. Observo o espelho com curiosidade e é como se as rugas de expressão refletidas não fossem as minhas. É como se aquela história, muda diante da minha silhueta, fosse a de um estranho. De onde venho, para onde vou, quem sou eu... Há momentos em que não reconheço a mulher em que me tornei. Mas talvez seja melhor assim.
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«No fundo de um buraco ou de um poço acontece descobrir-se as estrelas», Aristóteles
Reencontros. Adoro matar saudades das minhas pessoas do bem. Das gargalhadas, das confidências, dos disparates. No fundo, de estar rodeada da presença delas e de sentir as cordas a estreitarem-se. E um jantar é sempre um ótimo pretexto. Para estarmos juntos. E para conhecermos restaurantes novos.
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«Eu e tu perdidos num momento», Paulo Sousa
Hoje entendo a ilusão em que caí profundamente, como se me tivesse deixado enfeitiçar por essas tuas palavras preenchidas de um charme tão próprio e natural. Ainda assim, sinto as saudades a gritarem dentro do meu peito, pedindo de volta o tempo em que coexistimos em perfeita simbiose. Estás tão longe. E eu tão perto do abismo. E quanto mais avanço, mais ouço os teus passos a recuarem. Já acreditei com mais certezas nesse sentimento que insistes em afirmar sentir. Falas, mas a tua voz parece vazia. De ti. Estimei-te tanto. Amei-te em silêncio. Rejeitei-me, como se não fosse digna do teu apreço. E tropeçando em acasos da vida, retirei-te a máscara que achei que não te serviria; que nunca usarias, porque em ti via verdade. Até desvendar essa essência que não me conquista. Que me repele. E me magoa. E, mesmo assim, sinto todas as minhas forças a puxarem-te para a minha vida, para que nunca te afastes de mim. Talvez porque precise de acreditar que não te inventei contornos encantados; que tu és exatamente como te imaginei. E porque carrego em mim luz suficiente para ver em ti essa bondade infinita de um coração puro.